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Cinomose Canina: Como os Cães Contratam a Doença

A cinomose canina é uma doença viral altamente contagiosa que afeta cães e outros carnívoros, como furões, raposas e lobos. O agente etiológico é o vírus da cinomose canina (CDV, do inglês Canine Distemper Virus), pertencente à família Paramyxoviridae, gênero Morbillivirus. Este vírus é semelhante ao que causa o sarampo em humanos, o vírus do sarampo, e o vírus da peste bovina. A doença é conhecida por sua alta taxa de mortalidade e a diversidade de sintomas que pode causar, variando de problemas respiratórios a neurológicos graves.

Formas de Transmissão da Cinomose

1. Contato Direto com Animais Infectados

O contato direto com animais infectados é a principal via de transmissão da cinomose. O vírus da cinomose é excretado em várias secreções corporais de animais infectados, incluindo:

  • Secreções Respiratórias: O vírus é excretado em gotículas de espirros e tosse. Quando um cão saudável inala essas partículas virais, a infecção pode ocorrer. Este modo de transmissão é comum em ambientes onde há alta concentração de cães, como canis, abrigos de animais e parques para cães.
  • Saliva: O contato com a saliva de um animal infectado, através de lambidas ou mordidas, pode resultar na transmissão do vírus. Cães que brincam juntos e têm contato próximo correm um risco elevado de transmitir ou contrair a doença desta maneira.
  • Conjuntivite: Secreções oculares de cães infectados também podem conter o vírus e podem ser uma fonte de infecção se entrarem em contato com outros cães.

2. Contato com Ambientes ou Objetos Contaminados

O vírus da cinomose pode sobreviver por um curto período em ambientes externos, especialmente em condições frias e úmidas. Embora o vírus seja sensível a desinfetantes e ao calor, ele pode ser transmitido através de objetos e superfícies contaminadas, como:

  • Tigelas de Água e Comida: Tigelas compartilhadas podem ser uma fonte de infecção, especialmente em locais públicos ou em casas com múltiplos cães.
  • Camas e Brinquedos: Objetos como camas, cobertores, brinquedos e outros itens usados por cães infectados podem estar contaminados com o vírus. Cães saudáveis que entram em contato com esses objetos correm o risco de infecção.
  • Superfícies Contaminadas: Superfícies como pisos, paredes e gaiolas que tiveram contato com secreções de cães infectados podem abrigar o vírus temporariamente.

3. Contato com Fezes e Urina

O vírus da cinomose também pode ser excretado nas fezes e na urina de cães infectados. O contato com essas excreções pode levar à infecção:

  • Fezes: Ao caminhar em áreas onde cães infectados defecaram, cães saudáveis podem entrar em contato com o vírus presente nas fezes. A ingestão acidental de material fecal contaminado é uma via de transmissão comum.
  • Urina: A urina de cães infectados também pode conter o vírus. Cães que lambem áreas contaminadas com urina de cães infectados podem contrair a doença.

4. Transmissão Aérea

Embora menos comum, a transmissão aérea é possível em ambientes fechados ou mal ventilados. O vírus pode ser transportado por gotículas no ar, aumentando o risco de infecção para outros cães no mesmo ambiente. Este tipo de transmissão é mais preocupante em locais como canis, clínicas veterinárias e abrigos de animais.

Fatores de Risco para a Cinomose

Certos fatores podem aumentar o risco de um cão contrair a cinomose:

  • Imunidade Enfraquecida: Filhotes que não receberam anticorpos suficientes através do colostro (o primeiro leite materno) ou cães adultos com sistemas imunológicos enfraquecidos (devido a outras doenças, estresse ou idade avançada) são mais suscetíveis à infecção.
  • Vacinação Inadequada: A falta de vacinação ou um protocolo de vacinação incompleto pode deixar os cães vulneráveis à cinomose. É essencial seguir um cronograma de vacinação recomendado pelo veterinário, incluindo reforços anuais ou trianuais conforme necessário.
  • Alta Densidade Populacional: Cães que vivem em áreas de alta densidade populacional ou em situações onde há movimentação frequente de animais (como canis, abrigos ou exposições) têm maior risco de exposição ao vírus.

Sintomas da Cinomose

Os sintomas da cinomose podem variar amplamente, dependendo da cepa do vírus e da resposta imunológica do cão infectado. Alguns dos sintomas mais comuns incluem:

  • Febre: Uma febre alta é frequentemente um dos primeiros sinais de infecção.
  • Secreções Oculares e Nasais: Corrimento ocular e nasal espesso e purulento é um sintoma comum.
  • Tosse e Dificuldade Respiratória: Problemas respiratórios, como tosse e dificuldade para respirar, são frequentes.
  • Vômito e Diarreia: Sintomas gastrointestinais, como vômito e diarreia, podem ocorrer.
  • Perda de Apetite e Peso: Cães infectados muitas vezes perdem o apetite e podem sofrer perda significativa de peso.
  • Sintomas Neurológicos: Em casos graves, o vírus pode afetar o sistema nervoso, causando convulsões, tremores, paralisia e alterações comportamentais.

Prevenção da Cinomose

A prevenção é a melhor forma de proteger os cães contra a cinomose. As medidas preventivas incluem:

  • Vacinação: A vacinação regular é a forma mais eficaz de prevenir a cinomose. Filhotes devem receber uma série de vacinas a partir de seis a oito semanas de idade, com reforços regulares ao longo da vida.
  • Isolamento de Animais Infectados: Cães diagnosticados com cinomose devem ser isolados para evitar a disseminação do vírus.
  • Higiene e Limpeza: Manter um ambiente limpo e desinfetar regularmente tigelas, camas, brinquedos e outras superfícies pode ajudar a reduzir o risco de transmissão.
  • Evitar Contato com Animais Desconhecidos: Evitar o contato com cães desconhecidos ou animais potencialmente infectados, especialmente em áreas públicas, pode ajudar a proteger seu cão.

Conclusão

A cinomose canina é uma doença grave e potencialmente fatal que pode ser prevenida através de medidas adequadas de vacinação e higiene. Compreender como o vírus é transmitido e tomar as precauções necessárias pode ajudar a proteger os cães contra esta doença devastadora. Consultar regularmente um veterinário e seguir um protocolo de vacinação rigoroso são passos cruciais para garantir a saúde e o bem-estar dos cães.

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